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Aumentam chances de soltura da onça-parda atendida no Refúgio Biológico

Nos próximos dois meses, o animal ficará sob observação para avaliar a recuperação de uma cirurgia pela qual ele foi submetido.

Publicado em 08/08/2019 às 02:12

(Foto: Alexandre Marchetti )

A onça-parda (Puma concolor) atendida pelos profissionais do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) de Itaipu tem grandes chances de voltar a viver na natureza. É o que acredita o médico veterinário Pedro Teles, da Divisão de Áreas Protegidas, um dos responsáveis pelo tratamento. No dia 31 de julho, o animal passou por uma cirurgia para reconstruir a perna direita, quebrada em um atropelamento.

“Ela está melhorando a cada dia. Já cicatrizou bem a região da cirurgia e ela esta comendo, bebendo água e caminhando”, explica Teles. Segundo ele, a onça está sendo mantida em um ambiente pequeno, para impedir movimentos bruscos. Neste período, ela está recebendo apenas analgésicos para reduzir a dor da cirurgia.

A previsão é que, nos próximos dois meses, seja formado o calo ósseo da perna direita. A equipe do RBV fará, então, mais exames de radiografia para avaliar a recuperação. “Vamos ter total certeza se o tratamento surtiu efeito. Aí será analisado o estado da onça, se ela responde a estímulos ou está agressiva. Só então, podemos programar a soltura dela”, conta.

O objetivo é que a o onça-parda seja reconduzida ao local de origem, na Faixa de Proteção da Itaipu Binacional, na Região Oeste do Paraná. A soltura depende de autorização de órgãos ambientais e vai demandar um estudo da melhor área e a possível colocação de uma coleira para acompanhar a vida do animal.

Nas radiografias, também foram encontrados cinco projéteis de chumbo na face, no pescoço e no tórax da onça, indicando que ela possa ter sido alvejada por algum caçador no passado. “A onça sobreviveu à caça e ao atropelamento, devemos ter cuidado com a escolha do local de sua soltura.”

Histórico

A onça-parda chegou ao RBV no dia 25 de julho, levada por uma equipe da Polícia Ambiental de Foz do Iguaçu. Ela tinha sido encontrada na rodovia BR-163, km 322, entre Mercedes e Guaíra. O animal estava inconsciente e com diversos ferimentos: o mais grave, uma fratura na perna direita, além de traumantismo craniano, corte na lateral da face, lesão no pulmão um canino quebrado. Ela ainda sofria de anemia pela perda de sangue.

Após os primeiros procedimentos, a onça ficou sob observação, até que foi programada a cirurgia para reconstruir a perna direita. A cirurgia aconteceu no dia 31 de julho, no hospital do curso de Medicina Veterinária, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus de Palotina, por uma equipe de Itaipu e da UFPR. A fratura foi estabilizada com o auxílio de duas placas bloqueadoras e um pino intramedular. Para auxílio na formação de calo ósseo foi realizado, ainda, o implante de tecido ósseo retirado do próprio animal.

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