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Hidrosfera

Pesquisador da NASA ministra palestra no Parque Tecnológico Itaipu

O hidrologista abordou a utilização de imagens de satélite para gestão das águas subterrâneas.

Publicado em 09/06/2019 às 01:56
Atualizado em

(Foto: Kiko Sierich)

Uma série de atividades teóricas e práticas, coordenadas pelo pesquisador da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), John t. Reager, encerraram o Workshop Internacional “Avaliação dos impactos na quantidade e qualidade da água subterrânea e sua mitigação”, realizado entre os dias 03 e 07 de junho, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI). O objetivo foi compartilhar tecnologias e metodologias que podem ser utilizadas na gestão sustentável dos recursos hídricos, especialmente o uso de imagens dos satélites GRACE-FO (Gravity Recovery and Climate Experiment Follow-On, em inglês) no processo de compreensão da dinâmica das águas subterrâneas.

Organizado pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), por meio do Centro Internacional de Hidroinformática (CIH) e do Núcleo de Inteligência Territorial (NIT), em parceria com a Itaipu Binacional, o programa GRAPHIC da Unesco e o Centro Regional para la Gestion de Aguas Subterraneas America Latina y el Caribe (CeReGAS), o evento reuniu profissionais do Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e Colômbia.

De acordo com o cientista, que estuda o ciclo da água com foco em eventos hidrológicos extremos – como o aumento do nível do mar e recursos hídricos em geral, os satélites da NASA atuam como grandes observadores captando informações sobre as mudanças que o planeta vem sofrendo ao longo dos anos, sejam por questões naturais ou causadas por impactos das ações humanas.

Durante a programação, foram apresentadas as características do Satélite Grace – que utiliza a diferença da gravidade para fazer uma estimativa da variação da massa de água subterrânea. Também foram abordadas as principais diferenças entre os tipos de análises dos sensores ópticos que são fundamentais, mas possuem limitação quando a análise da camada terrestre. Por isso, o Grace – que analisa até microgravidade – é uma melhor opção para compreender o que acontece no subsolo.

Os técnicos também puderam interagir com softwares que permitem o processamento de imagens de determinada região. A ideia é “permitir que os tomadores de decisões possam se sentir confiantes em utilizar essas ferramentas no planejamento de iniciativas para o território em que estão inseridos”, explicou Reager.

O analista ambiental do PTI, Jefferson Silva, destacou que as ferramentas de modelagem e estimativa das águas superficiais já foram utilizadas por projetos desenvolvidos pelo CIH, porém a questão das águas subterrâneas é uma novidade.

“Captar dados em campo sobre as águas subterrâneas é um trabalho bastante difícil. A utilização da ferramenta Grace e similares, são alternativas para que possamos conhecer o comportamento das águas subterrâneas da região”, detalhou Jeferson.

Hidrosfera

Uma das iniciativas que será beneficiada com as tecnologias apresentadas é o Projeto Hidrosfera, desenvolvido em parceria entre o Parque Tecnológico Itaipu, Itaipu Binacional e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), e tem como objetivo caracterizar o Sistema Aquífero Serra Geral buscando melhorar a compreensão da interação entre os recursos hídricos subterrâneos e superficiais na bacia do Rio Paraná (BP3).

O professor do Departamento de Geologia da UFPR e coordenador do projeto, Gustavo Athayde, explica que a ideia é entender o Aquífero sob a ótica de quantidade e qualidade físico-química das águas. Para isso, estão sendo monitorados quarenta poços para análises de qualidade da água e outros trinta poços para índices do nível do aquífero.

O coordenador destaca ainda a importância do Aquífero para o desenvolvimento social e econômico da região, uma vez que “quase todos os municípios utilizam a água do Sistema Aquífero Serra Geral para abastecimento, além das indústrias locais”, ressaltou.

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