Portal da Cidade Foz

Alerta

Crimes praticados por aplicativos de mensagens aumentam 45% este ano em Foz

De janeiro a maio de 2019 foram 58 ocorrências registradas contra 107 no mesmo período de 2020.

Publicado em 03/08/2020 às 21:26
Atualizado em

(Foto: Divulgação)

Durante a pandemia do novo coronavírus, tem aumentado um tipo de crime comum ocorrido por aplicativos de mensagens e redes sociais. Neste período, as pessoas estão permanecendo mais tempo em casa, praticando o isolamento e distanciamento social e utilizando mais a internet para se comunicarem, o que acaba facilitando a ação dos bandidos.

Estelionatários estão clonando números de telefones celulares e, através da agenda de contato das vítimas, fazendo pedidos de depósitos em dinheiro ou valores “emprestados”, e quando descobertos já é tarde demais.

O crime é comum em todo o país. Mas, segundo o levantamento feito pela Polícia Civil de Foz do Iguaçu, de janeiro a maio de 2020, as ocorrências de estelionato empregado através de telefone, celular ou internet aumentaram 45%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros cinco meses de 2019, foram 58 ocorrências registradas na delegacia da Polícia Civil, contra 107 ocorridas durante este período neste ano.

Como eles agem?

A forma de agir dos criminosos funciona basicamente assim: o estelionatário entra em contato com a vítima, conseguindo o número de telefone em bancos de dados (normalmente cadastrados em sites de compras ou similares), e finge ser uma mensagem do próprio WhatsApp ou do site de compras, pedindo para que a vítima atualize o aplicativo ou faça algum tipo de recadastramento, clicando em links enviados pelos criminosos.

Ao clicar nesse link ou preencher qualquer cadastro, automaticamente o número passa a ser clonado e a agenda de contatos fica acessível aos bandidos. Com essas informações, começam as extorsões, feitas através de mensagens pedindo dinheiro emprestado, pagamento de dívida, entre outras maneiras. Os amigos da vítima, na boa vontade em ajudar alguém conhecido, acabam depositando esse dinheiro na conta bancária sugerida, entrando para a lista de novas vítimas do crime.

A delegada da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, Araci Carmen Costa Vargas, orienta de que maneira as pessoas podem se prevenir contra esse crime.  “O Whatsapp não entra em contato com a pessoa, pedindo para ela clicar em links, essas atualizações também não são feitas via SMS. A própria pessoa é quem deve procurar o site oficial do aplicativo para atualizar em seu celular. Qualquer mensagem suspeita, pedindo para clicar em links de cadastro, deve ser noticiada à polícia, pois são com essas informações de número de telefone e da conta bancária que pediram o depósito, que podemos elucidar o crime e chegar até esses criminosos”, explicou. O vídeo com a fala completa da delegada está ao final dessa matéria.

Outras dicas

Para você proteger ainda mais o seu aparelho celular e sua conta no WhatsApp, uma boa dica é fazer a verificação em duas etapas. Basicamente isso significa criar uma senha de seis dígitos, onde frequentemente será pedido a você para que digite e possa continuar a usar. Caso o seu número seja clonado, quando o aplicativo pedir essa senha, o criminoso estará impedido de usar e se passar por você, a menos que ele saiba a senha que você criou.

Para fazer a verificação em duas etapas, vá em Configurações > Ajustes > Contas > Verificação em duas etapas. Aí é só criar sua própria senha e estará um pouco mais protegido.

Suspeite de mensagens de amigos pedindo dinheiro ou que forneçam dados pessoais para depósitos bancários. O ideal é que ligue imediatamente para a pessoa que está pedindo esse dinheiro através do número normal e não de uma ligação pelo whatsapp, pois é o aplicativo que foi clonado, e na ligação confirme as informações.

Ao ter o número do WhatsApp clonado, comunique imediatamente os seus contatos e denuncie, além de pedir para sair dos grupos onde esteja, até que a situação seja resolvida.

Vale lembrar que o WhatsApp possui um canal de suporte para casos de clonagem e bloqueia essas contas. É através do e-mail suporte@whatsapp.com. Se for um celular corporativo, informe a empresa através do Service Desk.

Susto em Foz

A jornalista Renata Thomazi foi uma das vítimas da clonagem de WhatsApp em Foz do Iguaçu. Ela conta que teve o número clonado, após criminosos entrarem em contato com ela, falando justamente sobre um curso que ela estava fazendo, o que diminuíram as suspeitas e uma prova de que as vítimas são analisadas antes de serem escolhidas.

Na ocasião, uma das amigas acabou fazendo o depósito para a conta sugerida pela pessoa que se passou por Renata Thomazi. Uma compra pela internet chegou a ser feita, usando senha de um cartão virtual que eles conseguiram acessando um dos grupos do WhatsApp que Renata usa exclusivamente para guardar arquivos.

Um boletim de ocorrência foi registrado, e mesmo tentando reverter o depósito indo até a agência bancária, Renata lembra que o banco acaba não se responsabilizando por depósitos feitos em contas de terceiros. “Mesmo eu considerando tomar os devidos cuidados, acabei caindo na conversa dos estelionatários”, confessou a jornalista.

“A sensação de ser enganada é muito ruim. Você se sente burra, tola, porque as pessoas julgam muito quem cai nesse tipo de golpe, achando que nunca irá acontecer com elas. Mas, a cada dia que passa, os estelionatários estão aprimorando cada vez mais os métodos de golpes, conversam com seus contatos como se fosse você falando, fazem realmente um estudo do comportamento da vítima”, finaliza.

Veja abaixo o que diz a delegada da Polícia Civil Araci Carmen Costa Vargas sobre este tipo de crime.






Fonte:

Deixe seu comentário