Na tarde desta quarta-feira (12) oito carretas carregadas com 130 toneladas de cigarro ilegal chegaram em Foz do Iguaçu. A ação faz parte de uma grande força-tarefa realizada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP) e a Receita Federal do Brasil, que culminará na destruição de 320 toneladas de cigarros contrabandeados – a maioria proveniente do Paraguai -, equivalente a 225 milhões de unidades.
A operação tem como objetivo liberar espaço físico nos depósitos de produtos contrabandeados de São Paulo, para possibilitar a continuidade e, especialmente, a intensificação das ações policiais de apreensão e combate ao contrabando, na medida em que a falta de espaço para estoque de mercadoria ilegal impossibilita novas ações. O cigarro é o principal item contrabandeado e apreendido no Brasil.
“Com essa operação, cerca de 56 milhões de reais deixaram de financiar o tráfico de drogas, a corrupção e uma série de crimes violentos como os homicídios e o latrocínio, por isso é de tão extrema importância para a sociedade como um todo”, afirma Paulo Sérgio Cordeiro Bini, auditor fiscal e delegado da Receita Federal de Foz do Iguaçu.
Para Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria, que assina juntamente com a Receita a iniciativa, a destruição dos cigarros ilegais é também uma questão de segurança.
“Essa cooperação com a Receita Federal é muito importante, pois reduz significativamente os riscos de invasão dos depósitos - com a violência que uma ação criminosa como essa acarreta, bem como a possibilidade destas mercadorias retornarem para o mercado ilegal e continuarem abastecendo o crime organizado, que tira vidas e destrói a sociedade,” afirma Vismona. O FNCP é uma associação civil, sem fins lucrativos, com foco exclusivo no combate à ilegalidade.
Segundo levantamento do Ibope, mais de 63,4 bilhões de cigarros ilegais inundam as cidades brasileiras. O número equivale a 57% do mercado de cigarros – sendo que 49% destes são cigarros contrabandeados principalmente do Paraguai, onde o imposto sobre o produto é de 18%, um dos menores no mundo conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Operação para o transporte de cargas
As oito carretas que transportaram a carga ilegal até Foz do Iguaçu exibiram em suas laterais, mensagens sobre o impacto do contrabando no Brasil. O objetivo foi informar a população sobre o tamanho e a gravidade do problema. “O consumidor não pode ser indutor do financiamento do crime organizado comprando o produto ilegal. É importante que ele saiba que ao financiar o contrabando, ele perde em saúde, em educação e ainda ajuda o crime organizado a financiar especialmente o tráfico de drogas e de armas. É preciso que haja conscientização”, afirma Vismona.
Além do FNCP e da Receita Federal, a iniciativa é apoiada pela empresa Irmãos Krefta, que realizará a destruição da carga, e pela Polícia Rodoviária Federal que faz a escolta de toda a operação. Esta é uma das maiores forças-tarefas já realizadas para a locomoção e destruição desse tipo de produto.