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Vermelho defende privatização de aduanas para diminuir filas nas fronteiras

Antes da “operação tartaruga” eram liberados 20 mil caminhões por mês, agora são apenas 5 mil; prejuízos são incalculáveis.

Publicado em 18/05/2022 às 13:44

(Foto: Divulgação )

O deputado Vermelho cobrou uma posição do governo para resolver o impasse nas fronteiras. (Foto: Reprodução/TV Câmara)

O deputado federal Vermelho fez um pronunciamento contundente na tribuna da Câmara Federal exigindo uma solução urgente para o problema nas fronteiras do país, provocado pelas constantes “operações tartarugas” dos servidores da Receita Federal. 

Vermelho disse que a paciência dos transportadores, produtores e motoristas já se esgotou e cobrou do governo uma posição mais enérgica, sugerindo a modernização das aduanas e até mesmo a privatização.

“A situação é muito triste em nossa querida Foz do Iguaçu e em praticamente todas as fronteiras do país por causa dessa paralisação. Entendo que já passou da hora do governo modernizar nossas aduanas e, até mesmo, buscar sua privatização para agilizar o serviço”, defende o parlamentar.

“Vivemos uma situação caótica em Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Antes dessas operações, eram liberados cerca de 20 mil caminhões por mês e hoje estão sendo liberados apenas 5 mil, causando prejuízos incalculáveis aos motoristas e transportadores”, enfatizou o deputado.

Vermelho disse que além dos prejuízos, é uma lástima ver motoristas permaneceram até oito dias esperando a liberação de cargas. “Eles ficam ao relento, passando frio e até fome pois não podem abandonar os caminhões para evitar roubo de cargas”.

O deputado já conversou com a ministra Tereza Cristina, com os ministros Paulo Guedes, Ciro Nogueira e até com o presidente Bolsonaro, mas o impasse é muito grande. Os servidores não abrem mão do reajuste salarial e o governo diz não ter condições de atender à reivindicação.

“Eu acho que os servidores estão em seu direito de exigir a reposição salarial e já pedi para o Governo encontrar uma saída, mesmo que de forma escalonada. Mas eu entendo que existem outras formas de pressão por parte dos servidores, evitando o sofrimento de uma categoria e a paralisação do país”, pondera Vermelho.

Maior porto seco

O deputado Vermelho destacou que Foz do Iguaçu tem o maior porto seco da América do Sul e que a cidade precisa ser referência no transporte de cargas. Ele recorda que foi registrado um grande aumento nas importações e exportações de produtos dos países do Mercosul e o efetivo nas aduanas precisa ser majorado para acompanhar essa demanda. 

“O número de servidores nessa função, não acompanhou o crescimento do agronegócio no Brasil. Além disso, muitos se aposentaram e não foram abertas novas vagas, por meio de concurso público”, finaliza o parlamentar.

Prejuízos de R$ 3,8 milhões por dia

Um estudo do Sindifoz revela que a paralisação dos servidores representa um custo diário de R$ 3,8 milhões para transportadoras e motoristas autônomos, somente em Foz do Iguaçu. Nessa cifra estão incluídas despesas com estadia e custos fixos, sem incluir os prejuízos com as cargas paradas. 

O Sindifoz diz que é preciso considerar também os prejuízos com quebra de contratos e cancelamentos de clientes que migraram para outros mercados, uma vez que não existe qualquer segurança em se adquirir ou vender mercadoria ao Mercosul.

Boa parte dos caminhões parados está com alimentos industrializados e cereais. Cooperativas do Paraná que traziam cereais do Paraguai para fazer ração e alimentar suínos e aves estão buscando grãos em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

Produtores de frangos e suínos registram prejuízos por causa da lentidão no fluxo das mercadorias que passam pela inspeção. Existem empresas que deixaram de exportar entre 10% e 20% dos produtos por causa do atraso nos embarques. O setor é uma cadeia viva, de fluxo contínuo e não pode parar.

Setor industrial também é afetado

O Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimento (IBCI) informou que a operação-padrão dos auditores fiscais já afeta a produção das indústrias. O órgão afirma que a demora na liberação de cargas impacta primeiro os produtores e transportadores, depois as indústrias e, finalmente, os consumidores. 

“Na medida em que os insumos importados não chegam, toda a cadeia produtiva brasileira é afetada, diz o presidente do IBCI, Welber Barral. Algumas indústrias começaram a demitir ou dar férias coletivas.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, Humberto Barbato, diz que 74% das empresas que dependem de importações de componentes e 64% das exportadoras já estão sendo prejudicadas. Ele afirma que com o tempo vai acabar faltando produtos no mercado.

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