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Empresários paraguaios temem falta de competitividade com lojas francas de Foz

Uma das propostas do comércio do vizinho país é unificar os impostos em até 4%, para atrair compradores do Brasil e também de outros países.

Publicado em 05/08/2020 às 22:42
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(Foto: ABC Color)

Empresários e comerciantes de Ciudad del Este, no Paraguai, concordam que apenas a abertura da Ponte da Amizade não resolverá os problemas econômicos causados ​​pela nova pandemia de coronavírus. A competitividade foi e continua a ser o motor que suporta o comércio, além de uma grande experiência, que permite os paraguaios terem em poucas horas os últimos lançamentos do mundo em lojas locais, marca registrada do comércio de fronteiras na América do Sul.

Manter esse ímã, para atrair compradores do Brasil e de outros países vizinhos, é o principal objetivo para o qual a Câmara de Comércio e Serviços de Ciudad del Este vem trabalhando. O setor é claro ao apontar que o mero fato de abrir as fronteiras não mudará muito, se a vantagem oferecida pelo comércio local for perdida.

Atualmente, nas lojas francas de Foz do Iguaçu, os mesmos produtos oferecidos hoje no lado paraguaio são tributados no total de 6% e 3% pelos itens produzidos no país. Atravessando o rio Paraná, há vários impostos por item a partir de 2%, 4%, 8% a 40%, portanto a proposta dos comerciantes locais é unificar todos os impostos em 4%.

Novo regime

Oscar Manuel Airaldi Roux, consultor da Câmara de Comércio local, é um dos representantes na Equipe Econômica Nacional, onde é analisado um regime de turismo para cidades fronteiriças.

O técnico sustenta que os acordos precisam ser finalizados. “Uma roda que não tem solução deve ser trocada. O modelo de remendos não funciona, tudo isso simplesmente explodiu porque veio o Covid, que gerou uma crise econômica, depois uma crise social, que é chamada de pandemia de fome e não há como detê-lo, se não for uma solução fundamental", comentou.

Ele disse que está trabalhando em um novo regime que deseja implementar, porque atualmente a cidade dirige com uma bússola que não funciona mais. “Se isso for alcançado, teremos sustentabilidade em um sistema que permitirá, pelo menos, esperança, porque se você perder isso, já está errado; hoje, os empresários terão esperança de competitividade no futuro”, complementou.

Para melhorar

Airaldi explicou que, assim como os empresários locais aguardam a abertura da fronteira, do outro lado, eles também estão esperando que as mesmas pessoas os vendam. "Portanto, temos que ser melhores do que aqueles do outro lado para sermos competitivos, em duas coisas: uma cidade mais amigável e um comércio de preços muito mais agressivo", enfatizou.

Ele garantiu que essa experiência que o comércio de fronteira tem há 50 anos e que alcançou até aqui é uma imensa capital, não econômica, mas de conhecimento. "Porque o conhecimento do manuseio das coisas excede o valor econômico".

Em relação ao vandalismo que ocorreu na semana passada, ele afirmou que não se justifica e, mesmo vindo de um pequeno grupo de manifestantes, devemos reconhecer a massa que saiu na rua naquele dia com raiva.

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