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Ciudad del Este

Longas filas e muita demora para atravessar a PIA, apontam caminhoneiros

A explicação está no aumento das exportações e importação de grãos, aumento no fluxo de veículos e falta de comunicação entre órgãos fiscalizadores.

Publicado em 22/10/2020 às 21:51

(Foto: Reprodução Portal da Cidade)

Desde que a Ponte da Amizade reabriu, na fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, no Paraguai, tem sido constante a reclamação de caminhoneiros brasileiros pela demora em atravessar o local. Tanto para entrar no vizinho país, quanto para retornar ao Brasil.

Para os especialistas, a explicação dessas dificuldades está no aumento da importação e exportação de grãos, aumento do fluxo de veículos no local e a falta de fiscalização entre os órgãos fiscalizadores dos dois países. Vale lembrar que os brasileiros só estão autorizados a entrar no Paraguai no período das 5h às 14h, e apenas de carros, motos, vans ou caminhões.

Para o diretor de comércio exterior da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI ), Mário Camargo, faltam conversas entre os órgãos responsáveis pela fiscalização de cargas para alinhar os horários de passagem dos caminhões.

"A partir da reabertura da ponte, se estabeleceu um novo horário para a passagem de caminhões e está faltando a adequação de alguns procedimentos. Nós temos, por exemplo, o scanner funcionando dentro do porto seco até às 2h, sendo que a passagem vai até 5h", explicou.

Nunca se exportou tantos grãos antes, do Paraguai para o Brasil. A informação é de Carlos Rendano, diretor do terminal de cargas de Ciudad del Este. "Neste ano, tivemos um aumento de 400%. No total, em toda fronteira, o volume de saída de soja passou de 125 mil toneladas para 600 mil toneladas, até 30 de setembro, e esse número segue subindo. A visão é de que no ano que vem seja igual", disse em entrevista à RPC, afiliada da Rede Globo em Foz do Iguaçu.

São dois pátios próximos da fronteira em Ciudad del Este.  Um deles, de acordo com a administração, está no limite da capacidade, recebendo cerca de 500 caminhões por dia, que aguardam liberação para seguir viagem.

Segundo a ACIFI, o Brasil compra milho e soja do Paraguai para alimentar o gado e, depois, exportar a carne. Com o baixo nível dos rios, usados para o transporte de grãos, as vendas para o Brasil ficaram mais atrativas.

"Com o aumento do dólar, as nossas exportações também aumentaram muito, principalmente, de proteína animal. Quando você fala no aumento de proteína animal, você precisa de proteína vegetal para a alimentação desses animais. Com a baixa do Rio Paraná, dificultou a navegação para o Paraguai, isso deixou mais fácil e economicamente mais barato vender o produto para o Brasil, do que vender as exportações. Por isso, temos esse aumento de demanda considerável", explicou Mário Camargo.

Mesmo com a pandemia, de janeiro até setembro de 2020, mais de R$ 17 bilhões em importações e exportações passaram pelo porto seco de Foz do Iguaçu. Os números são semelhantes registrados no mesmo período de 2019.

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