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Palestras e debates discutem o avanço do crime organizado na fronteira

Autoridades discutem avanço do crime organizado e as dificuldades que o poder público continua encontrando para combatê-lo.

Publicado em 16/04/2018 às 08:34
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(Foto: Divulgação/Marinha)

Autoridades e especialistas do Brasil, Argentina e Paraguai encontram-se reunidos em Foz do Iguaçu, na região da fronteira entre os três países, para discutir o avanço do crime organizado e as dificuldades que o poder público continua encontrando para combatê-lo. No conjunto de palestras e nos debates realizados nesta segunda-feira (16), deu-se um certo consenso de que sem uma articulação mais eficiente, entre os órgãos e também entre os governos, dificilmente a "guerra" será vencida.

Levantamento apresentado pelo advogado argentino Juan Félix Marteau mostrou que o cruzamento de dados de quatro países - Brasil, Argentina, Chile e Paraguai - aponta corrupção, fraudes financeiras e fugas de capitais entre os crimes mais diretamente identificados com a lavagem de dinheiro. "A ordem varia de um país para outro", disse ele, "mas as três causas aparecem entre as que viabilizam as ações de legalização de dinheiro de origem ilícita".

Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Etica Concorrencial (Etco), chamou atenção para o alarmante problema da entrada de cigarros no Brasil objeto de contrabando. "É 48% do mercado brasileiro atualmente", alertou, enquanto apresentava gráfico comparativo com o mesmo fenômeno para outros países. Na Argentina, por exemplo, os produtos paraguaios, entrados de maneira ilegal, respondem por 14% do consumo. "É um quadro de tal forma alarmante", advertiu, "que até o consumo está crescendo no Brasil, graças ao preço baixo".

Uma das alternativas para aumentar a eficácia no combate ao problema do contrabando é o fortalecimento da ação dos governos nas regiões de fronteira. Um dos palestrantes da manhã, o delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Rafael Rodrigues Dolzan, reconheceu que há grandes dificuldades no combate e destacou que não é mais de sacoleiros em iniciativas individuais de que se fala. "São crimes transnacionais, que hoje impõe riscos reais às atividades que desenvolvemos porque do outro lado estão grupos organizados, grandes organizações", advertiu.

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