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PTI desenvolve sistema para modernizar agricultura na região Oeste

A intenção é levar conectividade aos equipamentos e aperfeiçoar as técnicas da Agricultura de Precisão.

Publicado em 04/06/2018 às 04:27

(Foto: Divulgação)

Um projeto do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) pretende modernizar e aumentar a produtividade da agricultura regional por meio da Internet das Coisas (IoT). A intenção é levar conectividade aos equipamentos e aperfeiçoar as técnicas da Agricultura de Precisão. Com isso, os pequenos agricultores poderão coletar, monitorar e aplicar dados em uma área de cultivo específica, a fim de garantir melhores resultados. 

A iniciativa está sendo desenvolvida no Parque por intermédio do Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas (Celtab). A proposta surgiu a partir de uma demanda da Itaipu Binacional de automatização do Sistema de Monitoramento de Estações Climáticas (Smec) da usina, que também está sendo executada pelo Celtab. 

Segundo o gerente do Celtab, Miguel Diogenes Matrakas, atualmente, a aquisição dos dados das estações meteorológicas da Itaipu é realizada empregando um processo que não está completamente automatizado sendo, em alguns casos, necessário o deslocamento de um técnico até o local para verificar a unidade. “Este processo conta com diversas etapas, desde o equipamento propriamente dito e a forma como transmite dados, até a segurança dessa transmissão”, explica. “Atualizar essas etapas permite mais agilidade na tomada de decisões”.

Os pesquisadores do Celtab enxergaram potencial de ampliação da solução que está sendo desenvolvida para a Itaipu, desde a transmissão de dados de estações meteorológicas ao armazenamento e acesso de dados de outros aspectos da produção no campo, de acordo com o coordenador do Laboratório de IoT do PTI, Rolf Massao Satake Gugisch. Os dois projetos são desenvolvidos com base nos conceitos já explorados no laboratório, inaugurado em 2017, onde são feitas pesquisas e desenvolvimentos relacionados a dispositivos conectados à rede de internet. 

Conforme Rolf, o projeto, denominado “Smart Farm” (traduzido do inglês como “fazenda inteligente”), que pretende modernizar a agricultura na região, será apresentado às cooperativas. “De acordo com a matriz mercadológica da região Oeste, sua base é inteiramente agro/rural. A partir disso, existem diversas cooperativas associadas ao PTI que podem tornar-se alvos estratégicos dessa proposta”, pontua Rolf. A iniciativa conta com a parceria da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

A intenção é criar um sistema que conecte as estações das propriedades rurais da área de atuação da Itaipu, mesmo nos locais em que não há sinal de celular. O coordenador ressalta que essas propriedades já fazem uso de técnicas associadas à Agricultura de Precisão, que reúne tecnologias de orientação e monitoramento da gestão da área de plantio. A aplicação é feita por meio da programação de máquinas como colheitadeiras de precisão, que se baseiam em sistemas de rastreamento e navegação (GPS), além da geração de mapas de produtividade.

Essa abordagem, no entanto, opera de acordo com dados fornecidos por satélites que contemplam grandes áreas, dando margem para ocorrências como previsões do tempo sobre uma cidade onde a chuva pode cair em uma determinada área, mas não em outra, cita Rolf. 

A partir da solução desenvolvida pelo projeto, os produtores poderão ter dados mais específicos sobre a área onde estão. “Estamos trabalhando em cima da esfera da Agricultura de Precisão, colhendo dados do microclima no qual a região do agricultor está inserida. Por exemplo, no caso de uma plantação realizada hoje, é possível sabermos, pelos dados colhidos da região, do clima e do produto, quantos dias levará para a colheita. Trabalhamos com dados reais de uma propriedade específica”, avalia o coordenador. 

A próxima etapa do projeto, conta Matrakas, envolve a fabricação de estações de baixo custo, baseadas na tecnologia já utilizada na Itaipu, para uso em pequenas propriedades da região Oeste. Três estações, duas pertencendo ao projeto voltado à Itaipu e uma ao da Unioeste, já estão em funcionamento, instaladas na área do Parque. 

“Essas estações em teste já estão fornecendo dados que validaram a viabilidade do sistema. Com elas, é possível ter diferentes redes de coletas de dados que podem ser aplicadas ao monitoramento das alterações climáticas dentro da usina, como para um sistema voltado especificamente à agricultura”, ressalta o gestor.

“Essas informações podem ser compartilhadas entre a Itaipu e os produtores rurais pelo mesmo sistema, visto que todos precisam de informações climáticas para viabilizar suas ações”, completou Rolf. O primeiro modelo teste da estação de baixo custo foi instalado em uma área rural pertencente à Unioeste, em Céu Azul, no final de abril.

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