Em nota, a Associação de Hotéis do Alto Paraná, a Associação Industrial de Hotéis do Paraguai e a Associação de Hotéis de Itapúa expressaram preocupação com o assédio policial aos turistas brasileiros, ocorrido nesta semana com o sequestro e extorsão de dois jovens, moradores de São Paulo, que estiveram de férias no Paraguai por 15 dias.
"Repudiamos aptidões e ações como essas, onde os encarregados de zelar pela segurança dos paraguaios e estrangeiros no território nacional são os que cometem esse tipo de crime”, diz parte da declaração dos hoteleiros a respeito do caso de turistas brasileiros sequestrados e extorquidos por policiais, durante uma visita ao Paraguai. “Fatos como esses afetam gravemente o setor turístico, que de maneira difícil está condenado à tão esperada reativação”, acrescenta a nota.
Os empresários destacaram que eventos desse tipo afetam negativamente a imagem do país, por não oferecerem garantias aos visitantes, já que a chefia da polícia se encarrega de dar segurança aos cidadãos, porém são considerados "bandidos fardados".
Os brasileiros Mateus Mangiocca (22) e Julia de Lima Venancio (21) vivenciaram momentos de terror no Paraguai, quando foram parados por agentes da 21ª Delegacia, na cidade de Torín, no bairro Juan Eulogio Estigarribia, departamento de Caaguazú, alegando que a carteira de habilitação da jovem era inválida. Os policiais exigiram R$ 50 mil do casal para que eles pudessem continuar sua viagem. O caso só foi descoberto e denunciado, quando o gerente e seguranças da agência bancária em Foz do Iguaçu, onde a jovem veio sacar o dinheiro, perceberam o nervosismo da mulher e estranharam o pedido da grande quantia solicitada.
“Convidamos a instituição policial a rever os mecanismos de formação dos seus quadros, a analisar o viver em estado de direito e não 'de fato', a sensibilizar os cidadãos que estão ao serviço dos outros, a trabalhar o ressentimento, a submeter-se a critica o corporativismo que os deixa à mercê da cumplicidade e do encobrimento das situações criminais, para rever qual é o equilíbrio psicológico de quem veste uniforme, arma e exerce autoridade”, diz o manifesto.
E acrescenta: “Pedimos às autoridades competentes que controlem as ações policiais, que estejam à altura para evitar danos maiores do que os que já foram causados ao nosso tecido social e aos cidadãos para controlar, divulgar e denunciar” .