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Vacinação

Foz do Iguaçu defende "vacina em massa" para imunizar a população contra a covid

Cidade tem impacto de um milhão de pessoas que moram em um raio de 100 quilômetros e usam os serviços municipais de saúde.

Publicado em 01/06/2021 às 08:57

(Foto: Christian Rizzi/PMFI)

Quatro situações apontam e até respaldam a defesa de vacinação em massa contra a Covid-19 em Foz do Iguaçu. A primeira e a segunda se referem ao Paraguai e a Argentina que sofrem do recrudescimento da pandemia do coronavírus. A terceira traz a portaria do governo federal de sexta-feira, 28, que prevê a instalação de barreiras sanitárias nos aeroportos, rodoviárias e rodovias usadas por estrangeiros em visita ao país. A quarta diz respeito ao estudo na cidade de Serrana (SP) que comprova a eficácia do controle do coronavírus ao vacinar 75% da população.

Foz do Iguaçu já vacinou 25% da sua população de 258 mil moradores, mas, como diz o prefeito Chico Brasileiro, a cidade tem um impacto de um milhão de pessoas que moram num raio de 100 quilômetros e que usam, de forma ou outra, os serviços de saúde pública da cidade. 

Somente nas nove cidades da 9ª Regional de Saúde são mais de 405 mil moradores e que tem como referência Foz para o atendimento dos males da pandemia. "Foz do Iguaçu é uma das cidades do Brasil que mais se preparou para enfrentar a covid-19. Infelizmente a doença, em uma região de fronteira, é muito mais difícil de ser controlada do que em qualquer outra cidade, é uma complexidade ainda difícil de entender para quem mora longe daqui", disse Chico Brasileiro.

Um milhão

"Nós não temos 258 mil habitantes. Temos um milhão de habitantes, no Paraguai são mais de 300 mil brasileiros. Só na faixa de fronteira são em torno de 100 mil brasileiros. Isso interfere em vacinação, em leitos de UTI e de enfermarias, em procura hospitalar, no atendimento nas unidades de saúde, em todo o sistema de saúde", disse Chico Brasileiro no programa Foz em Ação na Rádio Cultura.

Na última semana, disse Chico Brasileiro, dois caminhoneiros argentinos positivaram em trânsito por Foz do Iguaçu. "Estamos vivendo o pior momento da pandemia na Argentina e no Paraguai. Estamos cercados por uma crise sanitária muito forte, temos o maior porto seco da América Latina, onde passam caminhoneiros todos os dias".

"A fronteira de Foz do Iguaçu precisa ser eleita por algum laboratório e ser imunizada 100%", completa Brasileiro.

Controle

A portaria do governo federal, segundo especialistas, acaba deixando a fronteira de Foz mais vulnerável ao ingresso de visitantes de outros países sem o devido monitoramento. Tudo que se exige nos aeroportos internacionais, não é monitorado na fronteira com o Paraguai. Esse é mais um motivo de ter uma vacinação em massa em Foz do Iguaçu", disse o secretário da Transparência e Governança, José Elias Castro Gomes. 

A instalação de barreiras na Ponte da Amizade, segundo José Elias, evita ainda possíveis transtornos ao comércio e aos moradores da Vila Portes. "Reconhecemos os transtornos, mas eles podem ser sanados com este controle na ponte entre o Brasil e o Paraguai".

Vacinas para todos

"Nós ficamos vulneráveis com essa condição no Paraguai de ser o primeiro lugar no mundo em mortes por covid. Se não há condições do plano nacional de imunização de aumentar a remessa de doses das vacinas, um dos laboratórios que produz o imunizante pode escolher a fronteira de Foz porque quando vacinarmos 75% da população, estaremos ajudando as cidades mais próximas e o Paraguai", completa José Elias.

O deputado Hussein Bakri, líder do Governo na Assembleia Legislativa, defende a proposta iguaçuense e afirma que o estudo do Instituto Butantã na cidade paulista de Serrana mostrou que a pandemia pode ser controlada com 75% da população vacinada. "Ou seja, a vacinação em massa testada naquele município aponta de forma clara que esse é o único caminho para alcançarmos o fim da pandemia".

"Mas, enquanto a quantidade de vacinas ainda é insuficiente para chegarmos nesse ponto em todo o país, o prefeito Chico Brasileiro está defendendo a medida responsável de adotar um controle sanitário rígido na Ponte da Amizade e, assim, evitar a entrada de novas cepas no Paraná", completa Bakri.

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