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Doação de Órgãos

Hospital Costa Cavalcanti retoma captação de córneas com coração parado

O processo de abordagem a potenciais doadores e a captação de córneas ficou parado durante a pandemia da covid-19 (20 meses) em quase todo o Paraná.

Publicado em 27/10/2021 às 13:17

(Foto: Kiko Sierich/Divulgação )

(Foto: Kiko Sierich/Divulgação )

A partir desta quinta-feira (28), o Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) retomará a captação de córneas com coração parado. O processo de abordagem a potenciais doadores e a captação de córneas ficou parado durante a pandemia da covid-19 (20 meses) em quase todas as cidades do Paraná.

Segundo dados da Central de Transplante do Estado, antes da pandemia, o número de pessoas aguardando na fila para um transplante de córneas era cerca de 200, agora passa de 800. “A fila só vai diminuir se houver doação”, disse o enfermeiro Valter da Silva, coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) no HMCC. 


Segundo ele, com a queda nas internações por covid-19 será possível voltar com segurança a captação de globo ocular em pacientes com coração parado.

Há mais de 12 anos o Hospital Ministro Costa Cavalcanti já realiza captação de órgãos em pacientes com morte encefálica, essa possibilidade de fazer a captação com o coração parado só é aplicada às doações de córneas, já que não é necessário que o coração ainda esteja funcionando por aparelhos, como no caso das doações de múltiplos órgãos. 

Treinamentos

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HMCC passou por novos treinamentos no início de outubro de 2021 para, inclusive, fazer a abordagem correta com a família. De acordo com o enfermeiro coordenador da CIHDOTT, qualquer pessoa que estiver na faixa etária entre quatro (4) e 70 anos, que vier a óbito e não possuir nenhuma contraindicação clínica poderá doar as córneas. “A partir da constatação do óbito, a CIHDOTT irá realizar a avaliação do potencial doador e a abordagem aos familiares, para que estes tenham a oportunidade de decidir quanto à doação, proporcionando que pessoas voltem a enxergar e consequentemente tenham uma qualidade de vida melhor”, enfatizou Valter que continuou: "É importante ressaltar que a retirada do globo ocular não modifica a aparência do doador, e que para que se possa realizar uma doação desta natureza, é necessário que as pessoas expressem o desejo de doar aos familiares ainda em vida, pois somente com a autorização deles é que os procedimentos poderão ser realizados”, pontuou.

Dados no Paraná

De acordo com a estatística da Central de Transplantes do Estado, cerca de 800 pessoas aguardam na fila por um transplante de córneas. Conforme o enfermeiro Valter Coordenador da CIHDOTT, as córneas captadas no HMCC são enviadas ao Banco de Olhos de Cascavel que distribuem para todo o país. “O trabalho deve ser rápido, entre o óbito, a abordagem da família, a retirada do órgão deve ter no máximo seis horas”, explicou Valter.  

Desde 2016, quando o HMCC iniciou os trabalhos, 104 captações de córneas foram realizadas. “Agora vamos retomar e ajudar a diminuir esta fila no Paraná”, finalizou o enfermeiro.

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