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Depoimento

Iguaçuenses que testaram positivo para coronavírus falam da experiência

Eles tiveram acompanhamento de profissionais das secretarias municipais e estadual da Saúde.

Publicado em 01/04/2020 às 22:14
Atualizado em

(Foto: Ilustrativa/Unsplash)

Mesmo com a atenção do mundo voltada para os casos do novo coronavírus, a maior parte dos diagnósticos para a Covid-19 não evolui para os quadros mais graves da doença. Relatos de paranaenses que testaram positivo para o vírus, com testes confirmados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), mostram como os sintomas podem variar para cada paciente.

Para o casal Ana Caroline Rafagnin Rodrigues e Hassan Soueid, os dois com 30 anos, os sintomas da Covid-19 foram leves. Moradores de Foz do Iguaçu, eles estiveram em São Paulo no início de março, onde desconfiam ter pego a doença.

Depois que dois amigos com quem tiveram contato terem sido diagnosticados, eles também resolveram fazer o exame, mesmo tendo sintomas leves por poucos dias. “Tanto para mim como para meu marido foi bem tranquilo, foram sintomas de uma gripe leve, com uma febre à noite, dor de garganta no dia seguinte e um pouco de tosse”, conta Ana.

Após procurarem um hospital particular e com a confirmação do teste, os dois foram orientados a ficar em isolamento domiciliar. Diariamente, profissionais da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde e da Secretaria da Saúde de Foz do Iguaçu entravam em contato com eles para confirmar a evolução dos sintomas.

“Todos os dias eles perguntavam sobre nossos sintomas, se estávamos em casa e se tivemos contato com outras pessoas. Na quarta-feira passada nos ligaram para dizer que já poderíamos sair do isolamento domiciliar e ainda hoje mantêm contato”, conta Ana.

“Mantemos o isolamento social, que é a melhor forma de combater a doença, mas já podemos sair para ir ao mercado ou a farmácia, o que não fazíamos anteriormente”, explica.

Primeiros Casos – O engenheiro José Mario Moraes e Silva e a esposa Sandra Mara Moraes e Silva, ambos com 62 anos, estão entre os primeiros paranaenses que testaram positivo para o coronavírus.

A evolução dos sintomas fez com que o casal de Curitiba ficasse internado por seis dias. Mas agora, passadas mais de duas semanas desde o resultado positivo no exame, eles voltam, aos poucos, a respirar aliviados.

Os dois fizeram um cruzeiro pela Europa no início de março, com duas passagens pela Itália. A volta coincidiu com o primeiro dia de quarentena no País, em 9 de março. Já na primeira noite no Brasil, Sandra teve febre e resolveu procurar por um médico para fazer o teste para a Covid-19. Mesmo assintomático, José também fez o exame, mas os sintomas chegaram ainda antes do resultado.

“Mantivemos a viagem porque a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) era, até então, que ninguém voasse para a China, mas ainda não havia receio quanto aos outros países”, conta José. “No navio, nossa temperatura era medida o tempo todo e tomamos todos os cuidados na volta, chegamos em casa já decididos pelo isolamento”, afirma. 

O que começou com uma febre, evoluiu para outros sintomas, como dor de cabeça, dificuldades para comer e sudorese. “Era uma série de sintomas que, isolados, não eram muito fortes, mas todos juntos eram horríveis. Nós dois tivemos um quadro parecido, inclusive sem dificuldades respiratórias, mas quando desmaiamos em casa por causa da desidratação, achamos melhor buscar por um internamento”, diz.


Foto: O engenheiro José Mario Moraes e Silva e a esposa Sandra Mara Moraes e Silva

Monitorados - No hospital particular, eles ficaram isolados e foram monitorados 24 horas por dia. Em casa, as condições de saúde dos dois era acompanhada de forma remota por profissionais das secretarias da Saúde de Campo Largo e Curitiba, já que o exame de Sandra foi direcionado para a cidade da Região Metropolitana, e do Estado.

Vinte dias desde que os primeiros sintomas se manifestarem, os dois estão de alta, mas continuam em isolamento social. José está fazendo home office e diz que ainda não sairá de casa pelos próximos dias. “O isolamento é um esforço que todos devem fazer em nome de um bem comum”, afirma o engenheiro.

“O pior da Covid-19 é que uma doença que ninguém pode chegar perto, apenas profissionais devidamente paramentados. Neste tempo todo, ficamos longe de nossas mães, filhos e netos. Vamos aguardar esse momento passar para podermos nos reunir novamente”, completa.

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