O novo Secretário Municipal de Saúde e vice-prefeito, Nilton Bobato anunciou na manhã desta quinta-feira (09), na Câmara de Vereadores, um pacote com mais de 15 medidas para melhorar várias áreas da saúde pública de Foz do Iguaçu, especialmente na gestão da Atenção Básica. Bobato também solicitou apoio político do Poder Legislativo na cobrança das dívidas do Governo do Estado com o Hospital Municipal, que já ultrapassam R$10 milhões reais.
Dentre as medidas para fortalecer a atenção básica estão à contratação de 25 novos médicos que atuarão nas equipes de PSF (Programa Saúde da Família) e também na área de urgência e emergência. A ampliação de 30 para 42 equipes de PSF dará mais um passo para alcançar a marca de 75% de cobertura do programa Saúde da Família; a ampliação da coleta de exames nas 28 unidades de saúde; o aprimoramento no acolhimento; a melhoria dos fluxos de atendimento e desburocratização para marcação de consultas foram outros pontos apresentados.
A prioridade na atenção básica é uma das estratégias importantes para reduzir a superlotação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que atualmente configuram um dos atuais gargalos do sistema. A superlotação, de acordo com o secretário, também é resultado da utilização equivocada das UPAs.
“No relatório do primeiro quadrimestre da UPA João Samek, por exemplo, foram atendidas 84 mil pessoas, sendo que 70% dos usuários atendidos se enquadravam na classificação verde, ou seja, poderiam ter sido atendidos nas unidades de saúde”, esclareceu Bobato. Diante dos indicadores, ele acrescentou: “Vamos atuar em duas frentes, aliando a mudança de cultura e o sistema de acesso”, pontuou. “Ampliar a capacidade de sentir a dor do outro, que ninguém pode ficar esperando na fila de madrugada para ser atendido”, afirmou o novo Secretário de Saúde, ao dar o tom das novas ações para garantir a humanização do sistema.
Além das medidas para fortalecer a saúde preventiva, a Secretaria está implantando novas ações para garantir o direito ao atendimento digno aos usuários das UPAs. Dentre as ações, a presença 24h de um gerente nas Unidades de Pronto Atendimento; estudos para implantar o pagamento vinculado à produção para os médicos; implantação do número 156, uma linha direta entre usuário e a Secretaria de Saúde.
Apoio político
Nilton Bobato também aproveitou o encontro com os vereadores para solicitar apoio político do Poder Legislativo na cobrança da dívida do Governo do Estado com o Hospital Municipal, que já ultrapassa R$10 milhões de reais.
“Estamos lutando contra a interferência política de alguns atores locais - pressupondo inviabilizar a atual gestão com a destruição da saúde pública - estão gerando um prejuízo de R$2,5 milhões mensais ao HM e colocando em risco a saúde da população de Foz e região”, expôs Bobato.
O secretário também alertou aos vereadores que o município só conseguirá manter o HM com recursos próprios por mais 30 dias. “Graças à economia e a transparência na gestão dos recursos, estamos mantendo o hospital com uma reserva financeira que vai durar até junho, a partir disso, se o Governo do Estado não cumprir sua parte no financiamento do HM, teremos que cortar orçamento de várias secretarias, pois não vamos cortar recursos da saúde”, alertou.
