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Foz tem o menor índice de mortalidade infantil dos últimos anos

Diminuição dos óbitos em crianças de até um ano é resultado das ações permanentes de educação e atenção ao Pré-Natal.

Publicado em 20/12/2017 às 21:46

O ultimo Boletim Epidemiológico divulgado pela Divisão de Vigilância em Saúde aponta uma redução significativa na taxa de mortalidade infantil do município. Até 31 de outubro deste ano, o coeficiente de mortalidade foi de 11,09 para cada 1.000 nascidos vivos, o menor índice dos últimos quatro anos. Em números quantitativos, significa que dos 3.698 nascimentos registrados no município, o total de óbitos de crianças com até um ano de idade chegou a 41. 

Em 2016, o coeficiente de mortalidade foi de 11,43 para cada 1.000 nascidos vivos e em 2015 o índice foi de 15,45 para cada 1.000. Em 2014 a taxa foi de 13,58 e em 2013, 14,50 para cada 1.000 NV, respectivamente. O maior índice dos últimos anos foi registrado em 2000, quando o risco de morte foi de 18,46 para cada 1.000 NV. 

Os dados foram computados pelo Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Foz do Iguaçu e apresentados no dia 15 de dezembro na Vigilância Epidemiológica.  

Para a médica responsável pelo Comitê, Regina Maria Gonçalves Dias, esta queda é um reflexo de diversas estratégias adotadas pelo município no âmbito da saúde materno-infantil, entre elas a educação permanente dos profissionais da Atenção Básica no apoio ao Pré-Natal. 

“O principal fator foi à capacitação dos profissionais das unidades de saúde para o atendimento ao pré-natal. Identificamos os problemas para atender as necessidades das gestantes”, disse Regina. “Melhoramos, mas temos muito ainda a fazer para continuar reduzindo esses índices, por isso é importante o compromisso da gestão continuar apoiando a qualificação de recursos humanos e atentar na disponibilização de exames e insumos necessários a excelência no cuidado materno e infantil”, completou. 

Problemas 

De acordo com o relatório apresentado pelo Comitê, 71% das mortes infantis em 2016 poderiam ter sido evitadas. Isso decorreu pelos desvios de finalidade do serviço público de saúde, de conhecimento público, onde o laboratório municipal da cidade foi impactado por uma forte precarização da força de trabalho que culminou em seu fechamento e deixou as mulheres e gestantes usuárias dos serviços de saúde sem acesso a exames de rotina, bem como a baixa qualidade e demora nos exames de ultrassom.

“O município ficou sem oferta de serviços essenciais, tais como, exames laboratoriais e de imagem durante 8 meses (de junho de 2016 a fevereiro de 2017). Mesmo neste ambiente hostil à saúde Pública, foi possível implementar algumas ações de educação permanente e de monitoramento das mortes maternas e infantis”, lembrou a Regina.

Segundo a médica, se o município continuar fazendo um bom trabalho na Atenção Primária e a comunidade se envolver com as ações, os indicadores podem melhorar nos próximos anos e se comparar a países desenvolvidos, como Finlândia, França e Portugal, onde os índices variam de 2,5 a 4 óbitos por 1000 NV. 

Mortalidade Materna

Outra redução significativa é o da mortalidade materna em Foz do Iguaçu. Enquanto em 2016, o risco de morte foi de 71,29 mulheres para cada 100 mil nascimentos, em 2017 (até 31 de outubro) este índice caiu para 27,04 para cada 100 mil nascimentos. A Mortalidade Materna é o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação.

As ações para a redução da mortalidade materna e infantil são desenvolvidas em parceria por equipes da Vigilância Epidemiológica e Coordenação da Saúde da Mulher, diretoria da Atenção Básica, docentes e graduandos do curso de Medicina e Saúde Coletiva da UNILA, Médicos residentes, profissionais de saúde da rede municipal e do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, componentes da Câmara Técnica da Investigação dos óbitos Maternos, Infantis e Fetais, Comissão Saúde Materna-Infantil do GT Itaipu Saúde e COMUS.

Ações desenvolvidas para redução da mortalidade materno-infantil 

- Implantação do Apoio Matricial em Pré Natal de risco habitual na Atenção Primária;

-Construção e elaboração dos mapas do Georreferenciamento dos óbitos maternos e infantis do município;

- Cursos, oficinas e seminários para a educação permanente dos profissionais de saúde;

- Descentralização da investigação dos óbitos maternos-infantis fetais para dispositivos Atenção Primária;

- Elaboração de uma Moção de Recomendações encaminhada aos órgãos competentes responsáveis pelo cuidado e assistência das gestantes em Foz do Iguaçu.

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