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Vigilância

Servidores do CCZ participam de capacitação para identificar mosquito-palha

Treinamento ministrado pela Secretaria da Saúde do Paraná teve duração de seis dias e envolveu agentes de combate às endemias

Publicado em 15/03/2024 às 08:39

(Foto: Divulgação/Assessoria )

(Foto: Divulgação/Assessoria )

Após seis dias de muito estudo, os agentes de combate às endemias do CCZ encerraram nesta quinta-feira (15) um ciclo de capacitação sobre mosquitos-palha, transmissores da leishmaniose. O treinamento, solicitado pelo Centro de Controle de Zoonoses e organizado pela Secretaria Estadual da Saúde (SESA), visa melhorar a vigilância entomológica em Foz, bem como ampliar as ações de combate à doença transmitida pelo inseto a cães e humanos. 

A capacitação foi ministrada pelo responsável técnico de Entomologia da 15ª Regional de Saúde do Paraná, Demilson Rodrigues dos Santos e sua equipe. O principal foco esteve em preparar os profissionais para identificar as espécies do inseto, bem como aprender sobre comportamentos do mosquito. 

De acordo com dados da SESA, no Paraná, existem mais de 50 espécies diferentes de mosquito-palha, enquanto que em Foz do Iguaçu foram identificadas 10 espécies. Desses, o _Lutzomyia longipalpis_ é o que merece maior atenção, pois é o transmissor da leishmaniose visceral, zoonose que pode acometer humanos e cães, sendo estes últimos os principais reservatórios da doença em área urbana.

Além do L. longipalpis, também foram identificados Lutzomyia neivai e Nyssomyia whitmani, mais comuns em regiões de mata, e responsáveis pela transmissão da leishmaniose tegumentar, que apresenta como principal sintoma, lesões em pele ou mucosas. 

Dados

A leishmaniose visceral é uma doença enzoótica em Foz, o que significa que é comum em cães na cidade. Contudo, os números são imprecisos em virtude da subnotificação da doença. “Infelizmente nem todos os médicos-veterinários notificam o CCZ sobre os cães diagnosticados com leishmaniose, o que dificulta o registro exato de casos na cidade”, explicou a supervisora de Comunicação, Educação e Mobilização Social do CCZ, Giselli Kurtz.

Já em humanos, em 2023, foram notificados 39 casos suspeitos de leishmaniose visceral, sendo 3 confirmados, e 2 casos de leishmaniose tegumentar. 

Curiosidades sobre o mosquito transmissor da leishmaniose visceral

Os mosquitos-palha têm uma vida curta, de aproximadamente 21 dias. Apenas as fêmeas se alimentam de sangue (para o amadurecimento dos ovos). Elas colocam seus ovos na terra úmida e sombreada, com matéria orgânica em decomposição, como é o caso dos jardins. Cada vez que se alimentam de sangue, podem colocar entre 60 e 70 ovos. Durante a vida, uma fêmea pode chegar a colocar 280 ovos.

Nas áreas urbanas, as fêmeas de mosquito-palha se alimentam de cães, onde acabam se infectando com o protozoário causador da leishmaniose. Em outros momentos, ao buscarem pessoas para se alimentar, poderão transmitir a doença.

Recomendações

É muito importante manter os quintais limpos, recolhendo frutos, folhas e fezes de animais, podando as árvores sempre, de maneira que o sol consiga secar o solo e impedir o desenvolvimento desse mosquito.

O uso de coleiras repelentes de flebótomos em cães é fundamental para evitar a transmissão da leishmaniose visceral entre os cães, e de cães para pessoas. Uso de telas de trama fina em portas e janelas dificulta a entrada, tanto do mosquito-palha quanto do Aedes aegypti, nas casas.

Qualquer sinal de doença no cão - unhas muito compridas, emagrecimento e perda de apetite, feridas nas orelhas, ao redor dos olhos ou em focinho e perda de pelos - procurar um médico-veterinário de confiança.

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