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Em casa

Homem acusado de matar guarda municipal ganha alta e vai para prisão domiciliar

O agente penitenciário Jorge Guaranho está com tornozeleira eletrônica. Decisão da Justiça ocorreu por falta de vagas com atendimentos médicos na prisão.

Publicado em 11/08/2022 às 08:35
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Jorge Guaranho responde por homicídio duplamente qualificado. (Foto: Arquivo Pessoal)

O agente penitenciário federal e bolsonarista Jorge Guaranho recebeu alta nesta quarta-feira (10), do Hospital Costa Cavalcanti, onde estava internado desde que assassinou o guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, durante a própria festa de aniversário de 50 anos da vítima, em 9 de julho. A festa ocorreu na Associação Recreativa Esportiva Saúde Física (Aresf) e estava decorada com as cores do PT, o que teria motivado a ida de Guaranho até lá, que é sócio do local e soube da festa. A provocação e desentendimento acarretou no assassinato de Marcelo Arruda.

A Justiça determinou que Guaranho fique em prisão domiciliar, utilizando tornozeleira eletrônica, por falta de vagas com o tipo de cuidados médicos que Guaranho precisa, no sistema prisional.

A ideia inicial era de que o agente penitenciário fosse levado ao Complexo Médico-Penal em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, mas não foi possível. Guaranho chegou a ser levado na penitenciária PEF II em Foz, mas logo o juiz Gustavo Arguello, da 3° Vara Criminal de Foz acatou o pedido da defesa.

O magistrado criticou em seu despacho a demora de uma resposta por parte do Estado sobre a disponibilidade de transferência. "Não bastasse a absurda situação de se constatar a total incapacidade técnica do Estado em cumprir a ordem judicial que decretou a prisão preventiva do réu, tem-se a inacreditável omissão em comunicar tempestivamente a sua inaptidão. Criou-se, com tal demora, uma situação teratológica que estarrece: o réu encontra-se em alta hospitalar (aparentemente desde o início da tarde deste dia), todavia, não está inserido em nenhuma unidade prisional", destaca o juiz.

Jorge Guaranho só poderá sair de casa em caso de necessidade hospitalar e naonão pode retirar em momento algum a tornozeleira eletrônica. A prisão domiciliar poderá ser revista, tão logo surja vaga em alguma unidade, mesmo que em outro estado da federação.

Jorge Guaranho ainda não foi ouvido no processo. A Justiça aguardava ele receber alta, mas um advogados dele, Luciano Santoro, disse que seu cliente perdeu a memória, devido aos chutes que recebeu de convidados da festa, após ser atingido pelos disparos em legítima defesa de Marcelo Arruda.

De acordo com o advogado, foram 24 chutes , distribuídos na cabeça, tórax, braços e pernas. Um dos convidados chega a pular no peito de Guaranho. As agressões duraram cerca de cinco minutos, conforme imagens das câmeras de segurança. Essas pessoas que agrediram Guaranho estão sendo investigadas em um inquérito à parte.

Jorge Guaranho responde por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por colocar em risco a vida das demais pessoas na festa. 

Filho de Marcelo se manifesta

O filho mais velho de Marcelo Arruda, Leonardo, de 26 anos, publicou uma nota divulgada à imprensa, na qual demonstra desapontamento pela decisão da prisão domiciliar de Jorge Guaranho.

Leia a nota divulgada por Leonardo:

"Através dessa nota, manifesto meu total desapontamento com a justiça, as autoridades envolvidas e o Governo do Estado do Paraná. Neste dia 10 de Agosto, 1 mês do assassinato de meu pai, Marcelo Arruda, o Governo não se mostra preparado para receber um 'preso' em uma Clínica Médica Penitenciária por não conseguir oferecer estrutura suficiente e através do Juiz responsável permitindo a prisão domiciliar. Após ter cometido tamanha barbárie e acabado com a vida de um pai de família, o assassino ficará em casa, curtindo o dia dos pais com seu filho, se 'recuperando'. E eu? E nós, filhos de Marcelo? Seguimos em busca de Paz e Justiça, por Marcelo Arruda!".

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