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Medicinal

Pesquisadores da UNILA estudam Cannabis como opção de tratamento da osteoartrite

Estudo clínico randomizado controlado vai avaliar se substância é capaz de atenuar os sintomas de dor e inflamação em pacientes portadores da doença.

Publicado em 23/03/2023 às 18:57

O Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica (LCP) da UNILA está iniciando mais uma pesquisa para verificar o potencial medicinal da Cannabis. Desta vez, os pesquisadores querem analisar os efeitos do extrato de Cannabis sobre a dor em pacientes diagnosticados com osteoartrite dos joelhos, uma doença crônica de caráter inflamatório e degenerativo que provoca a destruição da cartilagem articular.

Para o estudo clínico, foram selecionadas 45 pessoas diagnosticadas com osteoartrite, de Foz do Iguaçu e região. “Serão 90 dias de tratamento com óleo de Cannabis medicinal buscando a diminuição dos sintomas de dor, pois este produto possui características analgésicas. Os pacientes terão a fase de triagem com um médico, para verificar se serão incluídos na pesquisa. Depois, os selecionados terão mais quatro encontros, para acompanhamento e avaliação”, explicou o coordenador da pesquisa, professor Francisney Nascimento.

Os selecionados serão distribuídos em três grupos: um grupo que vai receber placebo, um segundo grupo que vai receber uma dose mais alta de Cannabis medicinal e o terceiro grupo que irá receber uma dose mais baixa do medicamento. Todos os integrantes da pesquisa vão continuar o tratamento convencional para osteoartrite, que inclui medidas não farmacológicas como fisioterapia, atividade física e acupuntura; e o tratamento farmacológico, que geralmente é feito com anti-inflamatórios, corticosteroides intra-articulares e nutracêuticos, entre outros.

Conforme Nascimento, já há relatos de pacientes e médicos que sugerem que a Cannabis possa ser uma alternativa para tratar a dor causada pela osteoartrite. Porém, ainda não há evidência clínica para embasar este tratamento. “A Cannabis sativa possui mais de uma centena de substâncias chamadas fitocanabinoides, sendo os mais importantes o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Estes dois apresentam uma série de efeitos farmacológicos quando utilizados em conjunto ou de forma isolada. A ação analgésica e anti-inflamatória é uma das mais importantes dessas substâncias”, relatou.

O Projeto Canoa (Cannabis Medicinal para Osteoartrite de Joelhos) foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 59961522.6.0000.0107). Além do professor Nascimento, integram o projeto Osvaldo Haider (médico reumatologista), Andrés Mojoli (pós-doutorando), Priscila Mazzini (doutoranda), Fernando Santos (estatístico), e os estudantes de graduação Iara Florentino (Farmácia), Emanuelly Krefta (Biomedicina), Maria Victoria Luz (Biomedicina), Yasmin Fakih (Saúde Coletiva) e Ruben Ocampo (Saúde Coletiva).

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